Vamos parar de romantizar 2020. Eu vi o que tinha que dar: a mediocridade humana sobrepujada em aspectos sublimes as cordialidades de vagos pontos de indecisão e efemeridade.
Teve que partir de mim o ADEUS – porque até isso descobri: SE VOCÊ NÃO CAÍ FORA, A RODA SEGUE, O POVO BATE PALMA, AS LUZES NÃO APAGAM, E É MAIS DO MESMO!
Esse ano que eu me peguei pelo braço e disse:
CHEGA DE ENCARAR A REALIDADE SOBRE SINTETISMO, DE SE VER FORA DAQUILO E IR VIVER OUTRAS REALIDADES PARALELAS.
O ano que me empurrou remédio amargo garganta a dentro, obrigando a me posicionar com tudo e com todos.
Sei lá quem no céu gritava: A LÁ, NÃO DEIXA ISSO ACONTECER NÃO, QUER OUTRA DOSE DAQUELA SITUAÇÃO RUIM? VAI LÁ E BRIGA!
E eu briguei por tudo, estava quase uma ativista quando simplesmente o lado psicodélico do alecrim dourado do meu outro eu que gostava da vagabundagem de viver em outras realidades paralelas entendeu bem que se eu me fodesse, ela se fodia junto.
E se eu me fodesse antes fosse meu corpo, mas pegava a mente. E pegar minha mente é a coisa mais ordinária de prisão que pode existir.
Foi quando eu centrei! Digo que a alma rolezeira voltou ao corpo, porque vivia dispersa – eu nem se quer sei dizer como isso funcionou em 30 anos, mas era assim: você falava comigo, mas era o paradoxo, não era eu! Era minha cópia em stand bye. Eu estava e não estava. E tinha a faceta de conseguir dar conta de tudo, mas não assumir encargo de nada. Pelo amor de Deus!
Eu lia livro, eu ouvia problemas dos outros, eu fazia compras, eu saia, eu decidia com uma vaga sugestão pré-definida sobre coisas que deveriam ser feitas.
Enquanto a minha outra vertente, ia dissipar a mente em coisas aleatórias, coisas mais abstratas que não fossem conflitos, quem ficava no corpo era que supria as cargas, recolhia os trecos ruins de gente, de familiar, de macho ordinário, de gente no geral. Porém quando essa criatura entendeu que ela tinha que ficar e assumir a porra da bronca comigo, porque ou eu aprendia por ela, ou ela sempre ficava imatura, o negócio mudou.
Ninguém mais discute, eu mando nela! Imagina que relacionamento antes, ela decidia e eu tinha que gritar: NÃO TA BATENDO ALGO AQUI NÃO!
O ruim de ser de aquário é que se você demora a centrar, a fixar os pés no chão, a aterrar a alma no corpo, uma vertente mete a outra em situações cada vez mais louca.
O turbilhão de confusão que era na mente silenciou – infinitamente ao cubico!
A minha outra eu agora, simplesmente concorda com tudo, e quando sente o baque, vira para mim e diz:
PORQUE ISSO TÁ ACONTECENDO AINDA? PORQUE ISSO ACONTECE?
(Passa mil anos brincando e vem me fazer pergunta difícil) – só sei responder: SEGUE LUTANDO, LEVANTA E ANDA! Por isso tem gente que diz que eu sou dura comigo mesma – Vocês não têm, uma cópia que não amadureceu o suficiente para deixar solta por ai, decidindo o que quer, e tendo vida própria. Mas com o tempo, e tantas coisas deve se torna alguém sublime.
É bom ter meu eu de volta comigo, é o pedaço que me olha e diz: tá ficando com a bunda boa! Bom trabalho! - É a parte animada confesso.
Ela faz umas piadas ruins, uns deboches de alto nível enquanto eu falo: MULHER, PELO AMOR DE DEUS! Ela tem me trazido amor, delicadeza nas coisas.
Deixo ela ser ela, figura espontânea! Porque se dependesse de mim, seria tudo a ferro e fogo, a seriedade em pessoa, a brutalidade masculina mesmo com coice.
O lado sutil do meu outro eu, tem trazido a forma consistente de me fazer rir de coisas absurdas – é alguém que diz:
COMO É QUE VOCÊ CONSEGUE SER TÃO SÉRIA?
Provavelmente aguçou um lado meu entre o limite do: AO INVÉS DE FICAR PUTA COM TÃO POUCO, BRINQUE! Aguçou a criatividade e a inteligência emocional.
É quem em pouco tempo me ensinou que a vida segue de forma mais leve, mais sutil, e sem muitos pesos por achar que as coisas deveriam ser assim e assado. E ela diz:
AS COISAS SÃO COMO SÃO, CADA PESSOA É COMO É, AO INVÉS DE SER RUIM PODE SER BOM. AO INVÉS DE ESTAR SEMPRE CERTA PODE SER QUE SEJA BOM PERDER UM POUCO. DÊ AO OUTRO A RAZÃO DELE DISCORDAR E ASSUMA QUE PODE SER BOM. NINGUÉM BRIGA!
É quem responde por uma parte do emocional, mas eu acompanho porque nunca se sabe! As vezes teve umas situações duras para ela: do tipo o cara falar feio, falar algo que deu um baque emocional e ela fazer piada e continuar sendo ela.
É a parte que sento com ela e digo: Você entendeu?
E quando ela sente dificuldades de se desapegar de algo, eu digo: PARECE QUE NÃO APREDEMOS O SUFICIENTE COM AS OUTRAS LIÇÕES, NÃO É? A DOR FOI POUCA!
De forma desconsertada ela faz, ela tenta, o tempo é mais lerdo, mais lento um pouco por ser mais doce, mais intensa e querer amar. Ela pode não ter o senso lógico como eu, é a parte mais sutil. Então ela sente, e até isso tem aprendido a controlar – a intensidade.
Para ela doeu mais ter sido preterida por alguém, mas ao mesmo tempo o alguém ser o algoz de nós duas. Então sempre ela vai concordar comigo sobre ética, justiça e liberdade.
Sempre ela vai dizer: NÃO É JUSTO – e me olhar com cara de criança e querer chorar.
E eu sei que não é justo! E é quando sentamos e descobrimos o que melhor se pode fazer. E quando falo com ela sobre deixar o passado no passado, as vezes ela dá umas ratadas – o lado emocional é sempre fode né?
Agora a lição maior é tentar entender o condicionamento de desapego para ela. Como racionalizar de uma forma que ela sinta, porque se eu não fizer isso, tudo é muito raso e o raso vai foder nós duas. Estamos usando a intensidade dela para aprender, profundamente as coisas. Não é simples. A parte lógica tem que administrar com coerência tomadas de decisões, e parte sutil tem que viver isso, sentir tudo para gravar, para a mente não ficar dispersa e fazer o mesmo erro 3 minutos depois.
Eu digo e ela sente. Eu ordeno e ela cumpre. É engraçado falar de você como se fosse uma dupla, mas é bem assim.
Ela ainda assustada por coisas meramente humanas, e eu ainda tentando arrumar um meio de centra la e dizer:
TEM COISA MELHOR, MAS TEM QUE ME AJUDAR A LUTAR. SEM O SEU LADO EU NÃO CHEGO, E VOCÊ SEM MINHA AJUDA É PRESA CERTA!
Ainda tem uma coisa chamada ansiedade – minha! Ela fica aflita, e eu ansiosa. Ainda são coisas para equilibrar. Mas mesmo ansiosa e ela aflita, eu percebi que ela é o sintetismo da fala - FALA MAIS QUE A PORRA DA BOCA – e eu mais uma vez fico: MULHER PELO AMOR DE DEUS! Ela tem coisas que admiro – antes fosse uma dualidade como gêmeos. Ela é um pedaço meu, que em perfeito equilíbrio pode ser um.
Mas pela enorme divergência de individualidade, de contextos, nós decidimos separação por 30 anos.
Ela tem algo que me encanta muito e eu digo: cara, nunca pensei nisso!
Se saí de situações hostis que eu fico: SE FOSSE COMIGO EU TERIA EXPLODIDO.
E eu sinto tento regular a raiva, porque aí nesse caso eu tiro a preferência dela e não deixo ela espelhar o que ela entendeu para mim. Eu me torno egoísta em tirar o direito dela de aprender para evoluir.
Isso funciona muito naturalmente que ninguém percebe ou entende.
A comunhão de dois lados que se uniram para fazer uma junção e se olham e se amam, se olham e se admiram.
Eu jamais imaginava que tinha uma forma sutil tão linda como ela
Que brinca, que consegue mostrar um pouco quem é, que se prova ao mesmo tempo sem entrar em conflitos e que mostra uma grandeza de alma gigante.
Ela não tira por menos o que doeu e feriu, mas tira por menos aquilo que nunca me deixou avançar – a minha estupidez em dar respostas para situações ridículas.
É quem mais me ensina e mostra que eu evoluí. Ela trabalha meu orgulho massivamente, ela adoça uma parte minha que quando ela sofre eu choro junto porque entendo a dor dela.
Tem sido as lições mais pesadas? Sim, e ela tem feito mágica atrás de mágica. Tem tido carinho quando se eu fosse resolver tudo por minha conta, teria me afastado de todos e dado coice e ficaria depurando a dor conforme o passar dos meses.
Ela entende o que digo, ela entende as lições o que é de suma importância o foco dela nisso. E por isso digo: ela me encanta. Sempre, está sempre sendo um pedaço não forçado meu que ri, que brilha mesmo que eu diga: PARA DE CHAMAR ATENÇÃO DESGRAMA- mas ela entende que é a forma como ela consegue fazer os nós desatarem em mim.
É forma como ela abre passagem para entender lições profundas como: SE PERMITA!
E ela só sente, só expressa isso sempre da forma alegre, debochada, sempre falante, e sempre brincando. Eu não metade disso porque logo ficaria emburrada! Confesso.
Ela tá ali, ela toma conta de tudo, ela por ela soube decidir o que queria e conseguia fazer. Meu medo sempre é o de alguém machucar com palavras, e por pior que seja eu intervir soltando o demônio que ela ajudou a adormecer.
Meu medo é que ela apesar da forma mais surrealista e individual ainda, nos coloque numa fase de perder energia, de ela ter medo de continuar a avançar por uma dor que ela venha a entender que é culpa dela, porque ela progredindo eu continuo a crescer e tudo flui com movimento.
Meu medo é que alguém venha ferir isso nela, porque por mais que eu a deixe se defender, eu não sei qual a reação dela involuntária para situações onde ela nunca esteve presente e sempre era eu que tomava a parte, ou se esteve, ela me colocava e dava as costas e ia embora.
Dessa vez não posso deixa la resolver tudo assim como ela não me deixa arcar com tudo. Ela sabe o que me afeta, e eu sei que a parte mais sensível é o coração. Eu aprendi a lidar com a lógica, mas se for ferida a dor é 6x mais forte em mim, por ter que levantar e andar e ter que convence la de fatos profundos e lógicos. É o arrastar um peso morto até sabe Deus quando.
Aquário tende a ser coletivista até a parte 1, mas em geral é individualista com sua ideologia. E por pior que seja é ego puro, e quando o ego não tem maturidade as duas metades de 1 ser, alma e corpo, razão e emoção, elas ou se unem para o pior, ou se discordam tragicamente. Isso ninguém que faça mapa astral há 300 anos te explica porque só quem é pode te ensinar.
Se você não viveu seu aquário em dualidade, é confuso, porque você não sabe exatamente quem você é.
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